FAMÍLIAS PODEM CONTRIBUIR PARA AUMENTAR AS DOAÇÕES

O número de doação de órgãos de pacientes que tiveram morte encefálica diagnosticada poderia ser bem maior caso as famílias autorizassem. A colocação foi feita pelo médico Marcelo Gambetta, diretor-técnico do Hospital Regional Alto Vale, durante coletiva de imprensa. A quantidade no ano passado foi de 13 a mesma de 2017 quando o hospital de Rio do Sul liderou o ranking de Santa Catarina. No entanto em 2018 foram notificados 29 casos com 43,5% de recusa. A maioria são encaminhados para o Hospital Santa Isabel, de Blumenau, referência em transplante de córneas, fígado e rins.

Gambetta colocou que a decisão sobre doar é exclusivamente da família. “Independente do que foi escrito lá atrás, a legislação determina que seja dos familiares”. A situação muda, caso em vida, a pessoa tenha comentado em alguma ocasião que concordaria. “Se fez essa manifestação é muito provável que o pedido seja negado”. O médico observou que é muito difícil a família desrespeitar a posição sobre a eventual doação. “O importante é as pessoas entendam que todos nós podemos no futuro próximo precisar de um transplante e se ninguém doar não vai ter para a gente também”. “Está comprovado cientificamente que quem doa sofre menos”, acrescentou.

O processo de doação de órgãos começa com a suspeita de morte encefálica. A partir deste momento é aberto um protocolo nacional, com avaliações feitas por dois médicos devidamente capacitados e credenciados junto à Central Estadual, num intervalo de uma hora. Posteriormente é realizado um exame de imagem. “Aqui no Hospital Regional é de arteriografia cerebral, que define se está chegando ou não sangue ao cérebro”. Gambetta disse que desde a suspeita, a família já está sendo conscientizada que pode ocorrer a morte cerebral. Caso se confirme são chamados para entrevista com a equipe composta por seis pessoas. “No meio do caminho a gente tenta achar um espaço para falar sobre a doação dos órgãos”, finalizou.

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