O número de bebês que nascem com problemas neurológicos no Brasil é de três por hora, com registro de cerca de 1 milhão por ano em todo o mundo. A revelação foi feita pelo médico, Gabriel Variane, responsável pela criação do programa de Prevenção de Sequelas em Bebês, durante a 1ª Jornada de Neonatologia, realizada nos dias 29 e 30, em Rio do Sul. O evento promovido pelo Hospital Regional e Unidavi (Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí) contou ainda com a participação do médico Guilherme Sant’Anna, professor titular de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade McGill em Montreal, no Canadá e idealizador do Projeto Coala (Controlando Oxigênio Alvo Ativamente) , adotado em mais de 400 UTINs no Brasil, que visa otimizar o uso de oxigênio para os bebês internados, e ministrou treinamento às equipes que atuam no setor.

   Variane disse que os casos de recém-nascidos com problemas neurológicos permanentes são mais comuns do que se imagina. “Eles precisam de tratamento altamente preventivo das lesões, quando falamos não apenas de vida, mas de qualidade”. “A gente está falando de paralisia cerebral, cegueira, entre outras sequelas”. O médico revelou que uma das estratégias é o monitoramento do cérebro destas crianças, através do programa que desenvolveu na Santa Casa, de São Paulo. “Trata-se de um modelo remoto de telemedicina, implantado em diversos hospitais do Brasil”. Variane destacou que o modelo possibilita a homogeneidade de protocolos, resultando em teraupêutica mais rápida e eficaz, reduzindo as chances de sequelas neurológicas graves ao longo do prazo em ampla escala.
   Idealizador do Projeto Coala, Sant’Anna treinou a equipe do Hospital Regional que atua no setor. Ele observou que essa troca de experiências entre profissionais na mesma área médica e estudantes é importante, do aspecto de quem vive no Canadá há duas décadas. “A qualidade dos serviços aos nenéns internados é muito boa e todas as vezes que a gente fala do tema podemos melhorar ainda mais”. Depois de presenciar em vários hospitais e verificar que o oxigênio ministrado não era controlado, Sant’Anna decidiu criar o Coala. “O oxigênio é a droga mais usada na especialidade de neonatologia”. “Se usar pouco, é ruim, e se usar demais, promove danos importantes no neném”, complementou.

Identificação na foto: Gabriel Variane (direita), Guilherme Sant’Anna, Claudio Ropelato (presidente da Fusavi) e Alcir Teixeira (reitor da Unidavi)

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