O encerramento das atividades da Unidade de Terapia Intensiva (UTI/COVID) é uma vitória depois de mais de 600 dias e com 314 pacientes internados. A colocação foi feita pelo diretor-técnico, médico Marcelo Vier Gambetta, nesta segunda-feira (4), na homenagem prestada à família Hospital Regional de Rio do Sul, composta pelos profissionais que atuaram no enfrentamento da pandemia. Neste período foram atendidas 8.029 pessoas no Pronto-socorro, 1.390 internados curados, com 236 óbitos.
Gambetta lembrou que foi um trabalho árduo, com momentos difíceis, mas o Hospital Regional atendeu todas as pessoas que deram entrada na UTI/COVID. “É um momento de vitória e agradecimento aos envolvidos, que não pouparam esforços, para que isso pudesse acontecer”. “A direção garantiu toda a estrutura, como medicamentos, equipamentos, pessoas”. “Também as famílias que depositaram a vida de seus entes queridos em nossas mãos sem nos conhecer”, acrescentou o médico.
Um dos pacientes que venceu a COVID foi Janir Niehus. Sentindo alguns sintomas procurou atendimento médico em fevereiro do ano passado. “A recomendação foi internação imediata na UTI”. Foram 26 dias, dos quais em 10 considerado o paciente mais grave”. Niehus contou que inclusive a família já estava sendo preparada para eventual óbito. “Depois desta experiência a gente acaba dando mais amor à vida, com uma graça divina de poder estar aqui neste dia”. Foram homenageados o médico Ademir Kaiser e o radiologista Antônio de Almeida, que vieram a óbito durante a pandemia.
O presidente da Fusavi (Fundação de Saúde do Alto Vale do Itajaí), Claudio Ropelato, destacou que a homenagem é o reconhecimento da instituição e comunidade aos colaboradores, que se dedicaram e correram o risco de contaminação. Presidindo a entidade gestora do hospital, Osmar Peters, lembrou das dificuldades de adquirir os insumos necessários, citando como exemplo as máscaras, cujo preço saltou de R$ 0,10 a unidade para R$ 1,38.
Giovani Nascimento que preside o Conselho Curador da Fusavi e a Federação dos Hospitais de SC, disse que o apoio do governo do Estado foi fundamental na implantação da UTI. O gerente-geral do hospital, Roberto Ferrari, lembrou que todos se embrenharam num campo desconhecido e se doou. O medo, a fadiga física e psicológica, a incerteza insistiam em permanecer, mas uma força divina. “A perseverança, a empatia, o profissionalismo estavam acima de tudo e depois de muitos meses a vitória chegou, a batalha foi vencida. Fica a certeza de que podemos ser mais, de que somos capazes”.