Hospital Regional Alto Vale realiza captação de múltiplos órgãos para transplante
Poucas horas foram necessárias para transformar a dor no renascimento de outras vidas. Em julho, a equipe do Hospital Regional Alto Vale vivenciou e colaborou na captação de múltiplos órgãos. Pelo menos oito pessoas de regiões diferentes do país, que aguardavam na fila de transplante, terão maior qualidade de vida pelo gesto que prova que a morte não é páreo para o amor.
A doação foi autorizada pela família de um paciente do Alto Vale que teve morte encefálica. Foram doados fígado, rins, globos oculares, pulmão e coração.
A operação, que envolveu as aeronaves do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, através do Batalhão de Operações e Samu Aeromédico, Arcanjo 3, de Blumenau e Força Aérea Brasileira, além de equipes de São Paulo e Rio Grande do Sul, deram suporte à SC Transplantes. Do heliponto do Hospital Regional Alto Vale, os órgãos foram destinados para aqueles que esperavam ansiosamente por uma nova chance.
“Tudo aconteceu de forma rápida, segura e seguindo protocolos rígidos, que vai desde a identificação de morte encefálica até o implante no receptor. Uma logística muito bem estruturada, organizada pela SC Transplantes. Além de todo um trabalho interno e muito preciso, feito pela nossa equipe médica”, disse o diretor técnico do Hospital Regional Alto Vale, Marcelo Gambetta.
A agilidade, cuidado e profissionalismo das equipes envolvidas foram fundamentais no processo. “Só temos a agradecer todos os profissionais envolvidos, em especial à família do doador, que num gesto de amor, optou pela doação. Há mais de 20 anos o Hospital Regional realiza procedimentos como este, e é sempre um momento de muito respeito aos familiares e emoção pelos transplantados”, enfatiza o diretor técnico.
Como funciona a captação de órgãos
Todo paciente identificado com morte encefálica é um potencial doador de órgãos. A identificação é feita pela equipe médica hospitalar, após avaliações clínicas e exame de imagem. Neste caso, a família é informada e passa por uma entrevista com a proposta de doação. Havendo o aceite, inicia-se o processo, liderado, aqui em Santa Catarina, pela SC Transplantes, que vai definir equipes de captação e para onde serão destinados os órgãos.
Doar é um ato de amor
Segundo dados da SC Transplantes, no Brasil, mais de 50 mil pessoas aguardam por um transplante. Cada vez que uma família autoriza a doação de órgãos, outras vidas continuam.
“Muitas pessoas esperam por uma doação. Quando a família decide por doar, elas conseguem suavizar a dor da perda, que geralmente é abrupta. Ganha a sociedade. Ganham as pessoas que esperam na fila por um transplante e ganha os familiares do paciente, que se confortam um pouco mais ao saber que salvaram outras vidas”, destaca Gambetta.
Para a família do Alto Vale, que chorou a perda de um ente querido, a doação foi mais que um ato de amor, foi um ato de vida, de altruísmo e generosidade, que serão lembrados pelos oito brasileiros que receberam, no dia 26 de julho, uma nova chance de vida.